Luandro

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Que Humilhação!


O sol nasce.
Caminho pela rua.
Vi , por entre pedras,
Uma pequenina flor.
Não fui eu quem a plantou.
Não contribuí com uma parcela
Para aquela rara beleza,
Que o sol beija com fervor,
Ela é um doce azul da cor do céu.

Aquela flor, pequenina, descuidada, ingênua,
Por entre pedras, é a própria alma do Criador.
Nasceu, cresceu, tem vivido sem nada pedir.
Despindo o coração de qualquer véu ou orgulho,
Senti-me humilhada, insignificante diante do mundo.

O que tenho ofertado a outrem?
Um punhado de sons efêmeros,
Que cantam como águas na terra
E logo se vão como imagens longínquas?
Mas aquela flor, em suave placidez e beleza,
Tudo oferece. Nada a perturba.

Invisíveis clarins tocam aos meus ouvidos
São os acordes da luz revelada,
Que acompanha e traça todos os destinos,
Deixando-me pequena, ínfima, humilhada,

Mais sublime, mais fecunda,
É aquela pequena flor,
Que num instante imortal
Tudo oferece ao mundo,
Até mesmo ela, em holocausto.
Luandro
Enviado por Luandro em 08/01/2014


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