Não Sou Poetisa (se preferirem poeta)

                A todos os Amigos do Recanto das Letras, especiais e raros, que brindam com palavras de incentivo.


Sou uma sonhadora,
Que viu seus dias se
Esvaírem, um a um,
Saltando por todos eles,
Sempre sorrindo,
Mas sempre enterrando os meus sonhos,
Até o último suspiro e.
Por que, não?
Até a última oração,
Pois, as lágrimas se misturaram
Às pedras dos caminhos percorridos.
Sempre fiz o melhor,
Porém, quando a tempestade vem
A tudo leva.


Nestes últimos anos,
Depois de ir ao fundo do fundo do poço,
Com a vantagem de, então só poder subir,
Aprendi que ao chegar ao local em que leciono,
O sorriso sincero e franco deve acalentar os jovens.
Não importa que, no trajeto, até no ônibus, o pranto
Tenha sido mais forte.

O que faço para resistir e continuar
É ter fé. Entregar a minha vida.
Deixo-me iluminar pelos raios da misericórdia.
Sei que, mesmo que exíguo do tempo,
Tudo pode ser mudado!

Por isso, sempre junto minha voz à natureza,
A ela, ajoelhada, peço perdão,
Vivi entre tantas flores,
O perfume delas ainda está em minhas mãos!
Talvez, porém, só as tenha plantado em jardins alheios.

Não importa!
Continuarei banhando minha alma no mesmo ideal,
Meus anjos dormiam e eu não os acordei...
Passei pela vida, não a vivi...

Resta-me continuar,
Tentando, hoje, em flores – jovens - que se abrem,
Fazê-los elevar o pensamento bem alto e sonhar,
Mas sem tirarem os pés do chão.

Abro meu coração a Deus!
Que ele faça o que quiser do tempo que me resta e
Ilumine, abundantemente, os que hoje me ouvem.
Faço o que é necessário,
Como na canção, “sou um barco em alto mar.”