Do Lado de Fora
Era noite de Natal, A ceia na casa de pessoa amiga, Lugar luxuoso, Excludente. Enquanto do lado de dentro, A profusão de alimentos, Beirava o desperdício. Do lado de fora do condomínio, Espremendo-se contra as grades, Impedidas pelos seguranças, Três meninos ali estavam. Aquelas crianças Sonhavam, Nada tinham. Como, há mais de dois mil anos, Não havia lugar para o Menino-Deus, Não há lugar para elas. Sozinhas, mirradas, sujas, Marcadas pelo abandono, Atreviam-se a estender Os braços pelas grades, Logo reprimidas. Aflitos, apelavam por uma luz. Uma boneca e alguns outros brinquedos, Um prato repleto de alimentos. Nunca vi olhos tão olhos brilhantes e belos. Sentaram-se, rindo... rindo muito. A paz do mundo se fez minimamente presente. Por tão pouco. Olhemos em volta, Há sempre alguém A quem se pode dar uma centelha de amor.. Silêncio! Neste Natal quero apenas ouvir O riso, a pureza do riso, daquelas crianças. Luandro
Enviado por Luandro em 25/12/2011
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