Pelas Curvas do Destino
Na frágil condição humana, Do destino, senhor do futuro, Algo precioso furtei. Uma caixa de recordações. Ela têm o dom da magia, Mas disso, eu não sabia. Repleta de estranhos fios, Ora de ouro, ora de prata, Até do simples zinco calcinado. São lembranças a ecoar n’alma. Sempre ao sabor das curvas do destino. Essa mágica caixa abro, De repente, vejo átomos colidindo, Momentos se reconstruindo, Viagem atemporal, Sempre dividida, Pelas curvas do destino. Puxo o primeiro fio, Pequeno e delicado, Mas, ali, com carinho, guardado. Entre malvas e relvas, A voar vejo uma bela e rósea borboleta, Era criança muita amada que brincava, Em flor de cerejeira voavam seus sonhos. A galope, porém, vinha o Anjo da Morte, Criança ferida, vida transformada, Pelas curvas do destino. Com o perfume das flores nas mãos, Outro fio mágico toco. A borboleta de asas podadas, Em longes terras estava. Antes tão afagada, Agora abandonada, Pelas curvas do destino andava. Com as portas fechadas ao afeto, A borboleta, esquecida, Em estranha casa estava. As estrelas, no telhado, contava, Enquanto a luz dos sonhos buscava. Não sabia, porém, que tudo se modificava Pelas curvas do destino. No hiato atemporal, Em novos fios peguei. A borboleta novas asas criara. Agora, sobrevoava os mais belos sonhos, Os sonhos do primeiro amor. Numa entrega vida a vida. Mas, novamente o Anjo da Morte o levou, Pelas curvas do destino. Colhida pelo desespero, Desse encanto único que se fora, A borboleta uma escultura fez, Feita de dor, Pela vida lapidada. Que curvas do destino ficara. Com sonhos feitos De retalhos de amor, Sua vida, a borboleta plasmou, Novamente emergiu. Na força do infinito que há em nós. A caixa mágica se fecha, Porque o destino dela não sabe, A borboleta, agora de cor esmaecida, Utopias continua a entalhar, Com flores de cerejeira. Pelas curvas do destino continua a passar. Luandro
Enviado por Luandro em 06/01/2012
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