Flores ao Vento
Trago no coração As asas do sonho. Minha imaginação Atira-me pedaços de Estrelas cadentes, Que, plenas do eterno, Cobrem o deserto das horas. É o canto de plácidos regatos, Outrora palmilhados. O sublime sopro do amor, Ainda hospedando castelos, Nas duas margens da vida, Debruadas de flor e de dor, Pelas próprias mãos. Botões de rosa entreabertos, Lábios ainda úmidos, Que os sentidos completam, Tal qual o murmúrio de fontes, Entre sorrisos e macias carícias, Na cúmplice alvorada. Minha alma: um lago sereno De superfície transparente, Entre os verdes vales e montanhas. De repente uma pequenina pedra rola, Agitando as águas em grandes círculos E as lágrimas transbordam. A construção terrena, Cheia de espinhos, É, porém, um milagre, Inoculado de amor. Fagulha de luz divina, Uma aura espiritual, Que Deus me confiou. Nada é meu. Bem sei. Por isso sonho. No elo universal Que me sustenta, Só cabe a vida, Mesmo que com efêmeras Partículas de felicidade, Em eterno recomeço, Como flores ao vento, Que, mesmo longe, Irão germinar. Luandro
Enviado por Luandro em 21/07/2013
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