Mãos Vazias Ontem, a vida... Confidências em prelúdios De amor, verdadeiro diamante, No fruto maduro, ainda adolescente. A própria realidade benfazeja Sem alarde era um um raio de sol, No prisma de todas as cores, Em bailado de luz ostentando o presente Hoje, o rosto na sombra mergulhado, Versos brotam do sonho esquivo Que teima em tingir de canto de pássaros, Ao sol poente, a ressonância do que fui: Fontes de murmúrios em festa A embalar flores, tecendo um aconhego De aves em sinfonia na haste Da altura maior dos ramos do Amor. Atemporal, um vestido colocava Imensamente azul e acariciava a vida Como as pétalas macias de uma rosa, Oferecida à luz, intensa, Vibrando, cheirosa, única, Ao brilho de todas as manhãs. Agora, encho de mil beijos Mãos vazias, sem vida, Sedentas de ternura. Exiladas na saudade, Ainda contam segredos, Cheias de meiguice, Dedos trançados, Para sempre na alma. Estranho prazer de sentir, Que torna maior o coraçao da gente, Mas comigo sofre continuamente, Lermbrando soluços do último beijo, Brandas e quentes carícias Projetam imagens de doce embriaguez Do mais puro vinho furtado ao destino. Uma superfície de cristal Transparente e profunda. Um hino à ilusão, Nos acordes imortais dos sentidos, Que não suaviza a angústia E todos os espinhos, Na insípida marcha do tempo. Luandro
Enviado por Luandro em 04/02/2014
Alterado em 04/02/2014 |