A FÉ E OS LOBOS
A FÉ E OS LOBOS
ERA AINDA UMA CRIANÇA. COMEÇARA A TRABALHAR DESDE OS SETE ANOS. GUARDAVA OVELHAS PELOS MONTES ATÉ ANOITECER. QUANTAS VEZES O VENTO E A NEVE NÃO A ENCONTRAVAM COM UM AGASALHO ESFARRAPADO. QUANTAS VEZES NÃO TEVE QUE FAZER "PIPI" NO CALÇADO QUE LHE DAVAM PARA AQUECER OS PÉS. MEIAS, APESAR DE A TEMPERATURA SER PRÓXIMA A ZERO. ELA SÓ TINHA UM DIREITO: TRABALHAR. SE O FIZESSE, GANHARIA UMA PARCA REFEIÇÃO , QUE MAL A ALIMENTAVA. PARA DORMIR, COLOCAVAM UMAS COBERTAS A UM CANTO E ELA, ALTAS HORAS, CONSEGUIA ADORMECER, VENCIDA PELO CANSAÇO OU - POR OBRA DE DEUS - DEIXAR DE PENSAR NO FRIO. NÃO OBSTANTE, QUEM VISSE AQUELA MENINA DE LONGOS CABELOS NEGROS E OLHOS COR DE MEL A CANTAR TAL QUAL UM PASSARINHO OU, NÃO RARO, SOBRE O GALHO DE UMA ÁRVORE PARA SE ALIMENTAR DE UMA FRUTA, NÃO DIRIA O QUE ELA PASSAVA. QUEM A COLOCOU TÃO CEDO PARA TRABALHAR : MEU AVÔ. TINHA LADOS MARAVILHOSOS, MAS, ELA, QUE ERA FILHA MULHER, NÃO PODIA IR À ESCOLA. A ELA, CABERIA TRABALHAR, PRINCIPALMENTE COM A MORTE DE MINHA, QUE DEIXARA MAIS DE CINCO FILHOS. ESSA PEQUENA CRIANÇA, NO ENTANTO, COM TODO O SOFRIMENTO APRENDERA VÁRIAS ORAÇÕES, SEGUNDO ELA PODEROSAS E QUE SE PERDIAM NAS MALHAS DO TEMPO DAQUELES LUGARES PERDIDOS E FORMADOS POR VALES MUITO VERDES. QUINZENALMENTE, ELA PODIA IR À PRÓPRIA ALDEIA ONDE NASCERA. NÃO PARA DESCANSAR. IA COLOCAR A CASA EM ORDEM. AS OUTRAS MENINAS ERAM BEM PEQUENINAS. ERA MAIS UMA OBRIGAÇÃO. PORTANTO, CERTO DIA ELA ARRUMOU UM LENÇO EM FORMATO DE SACOLA. COLOCOU NELE UM PEDAÇO DE PÃO E ÁGUA. IRIA PERCORRER, A PÉ, VÁRIAS ALDEIAS. UM PROBLEMA, PORÉM, CHAMOU SUA ATENÇÃO. ELA OUVIRA UIVOS DE LOBOS E OUTROS PASTORES A AVISARAM QUE VÁRIOS BANDOS ESTAVAM DEVORANDO PESSOAS E GADO. QUE NINGUÉM SAÍSSE À NOITE. QUEM LIGAVA PARA ISSO... JÁ ANOITECIA, QUANDO A GAROTA. CLARO.SOZINHA E COM DEUS A ACOMPANHÁ-LA. QUANDO CHEGOU AO LUGAR QUE TEMIA, SEU MEDO FEZ-SE REAL. ERA UM VALE PROFUNDO, COM ALTOS BARRANCOS QUE O LADEAVAM. ELA TINHA OPÇÃO. TINHA QUE PASSAR. RETORNAR SERIA TÃO PERIGOSO COMO SEGUIR EM FRENTE. SÓ QUE OLHOU PARA CIMA E VIU O OLHAR FEROZ DE VÁRIOS E FAMINTOS LOBOS - DE UM LADO E DE OUTRO- NO LOCAL EM QUE TINHA QUE PASSAR. ELA CONTAVA: EU TREMIA TANTO... QUE MAL CONSEGUIA FICAR DE PÉ. CONGELADA PELO MEDO - E PELO FRIO - ELA LEMBROU-SE DE UMA ORAÇÃO PEQUENINA QUE MINHA AVÓ LHE TINHA ENSINADO. ASSIM, ELA PASSOU A REPETIR - SEM QUE LÁBIOS SE MOVESSEM - INÚMERAS VEZES AS PALAVRAS QUE APRENDER. ERA UMA FÉ TÃO PROFUNDA, QUE NÃO SABERIA DIZER COMO, DE REPENTE, VIU-SE LONGE DO VALE. OLHOU E VIU OS ANIMAIS COMO ESTIVESSEM ENCANTADOS E DESATOU A CORRER. ELA DIZIA QUE NUNCA CORREU TANTO. SÓ PAROU QUANDO VIU UMA CASA E LÁ, ENTÃO, FOI POSSÍVEL PARAR. DE FATO, SÓ O PODER DA FÉ DAQUELA CRIANÇA EXPLICA O QUE HOUVE, JÁ QUE - LOGO PELA MANHÃ - SOUBE-SE DE UM PASTOR DEVORADO PELOS LOBOS, ALÉM DE ALGUMAS CABEÇAS DE GADO DESTROÇADAS. A FÉ TUDO PODE!
Luandro
Enviado por Luandro em 13/08/2020
Alterado em 14/08/2020 |